No Teatro Maria Matos decorre a abertura do Festival com a reputada companhia alemã Familie Flöz!
Os virtuosos da máscara alemã voltam ao FIMFA, desta vez com Teatro Delusio, um dos seus espectáculos mais premiados internacionalmente, mas numa nova versão e elenco.
Vamos poder ver o teatro dentro do teatro! No Teatro Delusio os projectores brilham exclusivamente para o que se passa nos bastidores... Separados das estrelas brilhantes no palco por nada mais do que cenários e cortinas, três incansáveis técnicos vivem os seus próprios dramas e sonhos teatrais. Três actores interpretam cerca de trinta personagens diferentes e trazem um teatro inteiro à vida, com máscaras maravilhosamente expressivas e mudanças super-rápidas! No Edinburgh Fringe Festival 2016, Teatro Delusio obteve sete críticas com cinco estrelas. Os artistas da Familie Flöz combinam as técnicas de interpretação, mímica, teatro de máscaras, dança, marionetas, música, acrobacias e ilusionismo para criar a linguagem singular da sua escrita visual e dramática.
A companhia franco-norueguesa Plexus Polaire apresenta o seu novo trabalho, Cendres, que tem sido apresentado por todo o mundo e se tem destacado, quer pela excelência da manipulação, quer pelas imagens inesquecíveis. Actores, marionetas de tamanho humano e projecções de vídeo reúnem-se neste emocionante espectáculo de teatro visual, inspirado em acontecimentos reais e no best-seller norueguês Before I Burn. Um espectáculo poético e brutal sobre a alma humana e as suas constantes oscilações, entre criação e destruição.
No Teatro São Luiz os chilenos Teatro y su Doble apresentam Feos, inspirado no conto La Noche de los Feos do escritor Mario Benedetti, “um trabalho que cria a beleza para discutir a fealdade”, como foi definido pelo dramaturgo Guillermo Calderón. Um belíssimo e comovente trabalho, em que marionetas tentam mostrar a relação do ser humano com a beleza e o seu oposto. Tal como nas obras anteriores deste grupo, as marionetas e a animação são as personagens centrais da história, só que desta vez é para adultos, numa experiência comovente e intrigante. Este espectáculo está integrado na Lisboa, Capital Ibero-Americana de Cultura 2017.
No campo da conjugação e experimentação da marioneta e as outras artes o destaque é dado a dois dos mais inovadores criadores franceses, Yoann Bourgeois e Phia Ménard, onde o tema da gravidade está presente, com duas criações absolutamente a não perder e para ver em família!
A proposta de Phia Ménard - Compagnie Non Nova é um fantástico ballet para sacos de plástico!
Em L’Après-Midi d’un Foehn - version 1, Phia Ménard concebeu marionetas a partir de sacos de plástico, criando um espectáculo único. Através de múltiplos ventiladores, pequenas criaturas ganham vida, dançam e voam no ar ao som de Claude Debussy. No palco, um misterioso marionetista evolui no meio destes seres frágeis e interage com eles. Sem necessidade de os tocar, desenvolve uma coreografia com marionetas movidas por correntes de ar. Aqui é onde a aventura começa. Entre malabarismo, teatro de objectos e dança, crianças e adultos deixam-se levar maravilhados por esta história sem palavras, com uma poesia maravilhosa e surpreendente.
O universo de Yoann Bourgeois é singular e inclassificável, em cada nova criação apresenta novas formas e novos materiais. Em Celui qui tombe, assemelha-se a um marionetista gigante e cheio de humor, que opera os fios de uma enorme plataforma, tapete voador ou carrossel infernal, que impulsiona seis corpos até aos limites da queda. Quem manipula quem? Esta máquina singular e impulsiva ou os corpos que tentam manter-se em equilíbrio? Yoann Bourgeois idealizou esta plataforma flutuante, que roda e voa no ar, manipulada como uma marioneta de fios, num espectáculo vertiginoso e deslumbrante, que se dirige a todas as gerações.
André Murraças apresenta Fantasmas em estreia absoluta!
Um trabalho inspirado em dois fantasmas do Teatro São Luiz, Irma e Emma Gramatica. Vamos saber a sua história através dos seus pertences e, espera-se, dar-lhes alguma paz de volta...
O francês Renaud Herbin lança um novo olhar sobre a marioneta de fios, técnica emblemática do teatro de marionetas, que é agora abordada ao serviço de uma escrita contemporânea. Em Milieu, o manipulador está a mais de 3 metros de altura, por cima da marioneta, que manipula à distância, através de longos fios. Criador e observador deste novo mundo animado, fascinado e perturbado por esta personagem inspirada em O Despovoador de Samuel Beckett, o marionetista molda a matéria, a forma, dá-lhe vida. Esta curiosa marioneta de fios foi concebida por Paulo Duarte, marionetista português, há vários anos radicado em França, e de quem o FIMFA já apresentou diversas criações.
A companhia francesa La Pendue apresenta um espectáculo mágico, poético e burlesco, que espera, entre outros objectivos, “acabar com os preconceitos que ainda podem colocar em causa a liberdade surpreendente do teatro de marionetas”. Vamos poder ver toda uma vida que se desenrola à nossa frente, desde o nascimento até ao fim, passando pela infância e pelo amor. Tria Fata reúne a marionetista Estelle Charlier e músico Martin Kaspar Läuchli. Ambos apresentam um espectáculo impressionante: a marionetista, que se desmultiplica em inúmeros papéis, utilizando máscaras e marionetas; e o músico, que vai alternando de instrumentos, revelando-se um multi-instrumentista. A não perder o novo trabalho desta companhia, que se apresentou por todo o mundo com o espectáculo Poli Dégaine, um dos maiores sucessos do FIMFA Lx8, unanimemente considerado uma verdadeira revolução e evolução no panorama mundial do teatro de marionetas de luva e do Polichinelo, com uma manipulação irrepreensível.
E podem conhecer o Teatro São Luiz, com a visita-espectáculo de Madalena Marques, Os Sapatos do Sr. Luiz.
No Teatro Nacional D. Maria II tem lugar a irreverência e a sátira política com o espectáculo do americano Paul Zaloom, um dos mais reputados marionetistas americanos, performer, realizador e humorista, é mestre na arte de baralhar os códigos para apontar as falhas da sociedade, da política ocidental e, em particular, da política dos Estados Unidos. No seu pequeno teatro de objectos, que é projectado num grande ecrã, vamos poder ver The Adventures of White-Man, a história do "homem branco" e das suas dificuldades. Esperamos uma verdadeira sátira à política actual!
No Museu de Lisboa - Palácio Pimenta os franceses Bêtes de Foire - Petit Théâtre de Gestes apresentam no interior de uma tenda um espectáculo visual imperdível! Debaixo de uma cúpula com 11 metros de diâmetro, o público encontra-se na intimidade de um circo barroco, onde a magia surge a cada momento. Na pista de estrelas, um casal misterioso coloca em funcionamento uma maquinaria lírica. Poesia em miniatura nasce diante dos nossos olhos, através de figuras criadas com materiais reciclados ou roupas usadas. Um espectáculo sensível e cheio de humor, com engenhosos truques sonoros e visuais, que provoca tanto o deslumbramento como o sorriso, para ver em família, dos 8 aos 108 anos!
O Teatro Taborda apresenta os novos trabalhos das companhias portuguesas Teatro de Marionetas do Porto e Teatro de Ferro, dirigidos ao público infantil.
Em Como um Carrossel, o Teatro de Marionetas do Porto inspirou-se num texto João Paulo Seara Cardoso (1956-2010), criando uma nova versão, em que para além de uma reescrita, foram incluídos momentos em Língua Gestual Portuguesa.
O Teatro de Ferro revela a sua versão da Bela Adormecida. Bela dormiu tanto tempo que adquiriu uma prática incrível na arte de sonhar e por vezes os seu sonhos eram tão intensos e tão estranhos, que se misturavam, quer com os sonhos dos que cuidavam dela, quer com a sua realidade.
Na Livraria Ferin podem ver a criação mais recente de A Tarumba, Este não é o Nariz de Gógol, mas podia ser... com um toque de Jacques Prévert, um cadavre exquis de cenas, objectos e jogos de palavras, mas sempre com muito nonsense, onde está presente o mundo surreal que nos rodeia...
A não perder a estreia nacional do documentário PUPPET, do realizador americano David Soll, na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, um estudo fascinante sobre a marioneta nos Estados Unidos, repleta de história, desde a sua marginalização, considerada apenas como teatro para crianças, até à sua súbita explosão em popularidade, como grande arte. O documentário acompanha também o processo de criação do espectáculo “Disfarmer” do marionetista nova-iorquino Dan Hurlin. O resultado é um olhar abrangente sobre o teatro de marionetas americano e, por outro lado, lança interessantes questões sobre o que é ser marionetista.
Fiquem ainda atentos ao Encontro com os Criadores e a estranhas criaturas que podem vir ao vosso encontro...