Uma nova criação com base no texto Como um Carrossel à Volta do Sol, de João Paulo Seara Cardoso, que incentiva a imaginação das crianças.
TEATRO TABORDA
24 e 25 de Maio às 14h30 (Quarta e Quinta)
Encenação e cenografia: Isabel Barros Texto: João Paulo Seara Cardoso Marionetas e animação: João Apolinário e Francisco Magalhães Música: Carlos Guedes Desenho de luz: Filipe Azevedo Adaptação para língua gestual portuguesa: Joana Cottin Interpretação: Micaela Soares e Vítor Gomes Produção: Sofia Carvalho Design gráfico e assistência de produção: Pedro Ramos Operação de luz e som: Filipe Azevedo Técnicos de construção: João Pedro Trindade e Rosário Matos Confecção de figurinos: Cláudia Ribeiro e Marlene Rodrigues Cabeleireira Cristina Soares Fotografias: Susana Neves Co-produção: Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery Estrutura Financiada por: República Portuguesa - Ministério da Cultura / DGArtes Técnica: Manipulação à vista Idioma: Português Público-alvo: +3 Duração: 60 min
“O que é a vida? …É andar sempre à volta do sol, como um carrossel à volta do sol.
Como um Carrossel, conta a história de uma menina que vai crescendo numa espécie de viagem ao longo da qual muitas perguntas são lançadas e estimulam a sua relação com o mundo. O público viaja através do olhar aberto dessa menina e da forma espontânea como se relaciona com a vida.
Escrito e encenado por João Paulo Seara Cardoso (1956-2010) em 2006 para o Teatro de Marionetas do Porto, Como um Carrossel é uma nova criação com base no texto Como um Carrossel à Volta do Sol. Nesta nova versão, além de uma reescrita, foram incluídos momentos em Língua Gestual Portuguesa, num gesto de aproximação a mais pessoas.
Esta peça representa a caminhada pela vida, entre a alegria e a tristeza, o medo e a esperança, um texto que incentiva o voo imaginativo das crianças.”
- Isabel Barros, dedicado à Mafalda e à Francisca.
“(...) E este Como um Carrossel, encenado por Isabel Barros, também é outro, em relação ao que começou por ser. Já deu mais uma volta, mais uma viagem, e distanciou-se do Como um Carrossel à volta do Sol, escrito e encenado por João Paulo Seara Cardoso (1956-2010) estreado em 2006. Os cortes e os acrescentos, as rachaduras e as infiltrações, o ruído, as interferências, dão conta do tempo que passou e da diferença entre o que é e o que era. Onde havia um menino, agora é uma menina, que no fim vai deixar de ser isso também, para procurar um outro a quem se unir. O teatro é a forma ritual da diferença e o teatro de marionetas parece ser a melhor maneira de mostrar como o desejo de mudança, embutido nos corpos e nos objetos animados, pode ser realizado, através do jogo de aproximação e distância do outro.
No teatro, o outro é tudo. Cada ator imagina outras ações para o seu próprio corpo. Cada ator-marionetista imagina ainda outras ações para outros corpos. Ambos atuam para outras pessoas, umas em cena, outras fora, mas cuja presença é suficiente para determinar o que se faz. A presença dos outros faz toda a diferença. Passamos pelos outros sem lhes conseguir tocar, como num carrossel olhamos e já deixamos de ver os olhos e o sorriso de quem nos trouxe até cá. Sobra o jogo das marionetas para nos lembrar.”
- Jorge Louraço
O Teatro de Marionetas do Porto constitui-se em Setembro de 1988, uma data simbólica que coincide com a apresentação da companhia na selecção oficial do Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes, em Charleville-Mézières. Numa primeira fase, centra a sua actividade na criação de espectáculos que resultam da pesquisa do património popular, destacando-se o estudo e reconstituição da velha tradição portuguesa do Teatro Dom Roberto.
Por esta altura, na sequência de um convite da RTP, a companhia constitui uma equipa de criação alargada (Sérgio Godinho, Jorge Constante Pereira e Alberto Péssimo) que, durante cerca de dois anos, desenvolve vários projectos televisivos para crianças que viriam, de certa forma, a marcar uma geração e dos quais se destacam “A Árvore dos Patafúrdios” e “Os Amigos do Gaspar”.
A partir das raízes, a companhia começa a progredir, ao longo de diversas criações com um certo cariz experimental, no sentido da procura de elementos de modernidade na marioneta.
A prática teatral da companhia revela uma visão não convencional da marioneta.A pesquisa vai no sentido de encontrar novas formas de concepção das marionetas, no limite objectos cinéticos, e novas possibilidades de explorar a gramática desta linguagem teatral, no que diz respeito à interpretação e à relação transversal com outras áreas de expressão como a dança, artes plásticas, música e a imagem.
Após a morte de João Paulo Seara Cardoso (1956-2010) Isabel Barros assumiu a direcção artística da companhia. Actualmente, o TMP está empenhado num importante projecto, o Museu de Marionetas do Porto, e que constitui uma mostra pública do importante acervo reunido ao longo dos anos.